Há anos o morador da Ilha da Banana, Benedito Addôr, trava uma luta com a Secretaria de Estado de Cidades (Secid) para que não tenha que deixar a casa onde reside há mais de 50 anos. Sem acordo no valor da indenização, o cuiabano é o último a permanecer na região.
Reprodução
Parede desabou sobre móveis
Porém, nesse fim de semana, o morador teve mais uma surpresa desagradável. Parte da parede de um dos quartos da casa desabou. A demolição dos imóveis vizinhos acabou comprometendo a estrura da casa de Addôr que não resitiu e cedeu na madrugada de domingo, após a chuva que caiu sobre a cidade.
"A estrutura de toda a casa ficou afetada, mas não imaginei que essa parede fosse cair porque ela é feita de tijolo maciço", afirma o morador.
Os pedaços de parede cairam sobre os móveis que estavam o quarto e destruiram uma máquina de lavar guardada o local. "Eu dormia naquele quarto, mas troquei há poucos dias. Se estivesse lá, a parede teria caído sobre mim", relata.
A casa tem onze cômodos e desde que teve início a demoliação dos imóveis da Ilha da Banana, Addôr tem acumulado prejuízos.
Na época da desocupação da área, uma árvore caiu sobre a casa de Addôr destruindo parte do telhado e ainda não foi consertado pela Secid. "Colocaram uma folha de zinco toda furada. Cada furo é uma goteira, nem tenho vasilha suficiente para tanta goteira", relata.
Benedido Addôr já acionou a defensoria para tratar dos prejuízos e afirma que aguarda uma nova proposta de indenização do Estado, para que saia do local. Espera, também, os reparos no imóvel.
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Benedito Addôr 17/12/2017
Dois engenheiros conhecidos já me deram o diagnóstico sobre a situação da casa. Disseram que a demolição das casas geminadas, onde uma apoiava do lado esquerdo e outra do lado esquerdo, tornou a casa extremamente vulnerável. Além disso houve a queda de uma árvore em cima da casa, e máquina pesada fez escavação rente à casa originando um buraco tamanho de uma piscina, que encharca o solo. Os engenheiros disseram que fizeram isso de propósito para me prejudicar, e eu ser forçado a mudar de qualquer jeito. Deixar uma árvore cair em cima da casa, é muito suspeito. Depois de lutar cinco anos contra irregularidades, não duvido mais de nada. Tudo é possível.
Benedito Addôr 15/12/2017
O Procurador do Estado fez uma proposta, mas a dificuldade está em aceitar a alta depreciação que eles querem empurrar. Enquanto os ladrões entravam na casa, eu estava lá na Secretaria de Cultura, conversando sobre Depreciação do patrimônio histórico. Foi indicado o Prof. Ronaldo Foster Vidal, que inclusive tem aulas sobre Avaliação de Bens Histórico-Culturai. Significa mais ou menos o seguinte: Um Avaliador comum vai chegar na casa e encontrar um piso de mosaico com 51 anos; e considera grande Depreciação; entretanto esse piso permaneceu por exigência dos Órgãos do património histórico, inclusive o IPHAN, no decorrer do tempo. Se for pelo método do Governo, na própria Igreja do Rosário, fundada em 1730, portanto com 287 anos, o piso não valeria nada mais. A Depreciação teria comido tudo, mas não é assim. Além desse fato, a partir de 2012, com a possibilidade de Desapropriação e Demolição do imóvel, ninguém reformou nada. Quem ia gastar dinheiro, se a casa seria derrubada a qualquer momento; quem conseguiu impedir foi a ONG MORAL. Somado a isso, tem o fato da Segurança, apareceu um pintor que queria pintar a frente da casa a óleo, para ficar bonito e valorizar o imóvel. Recusei, pois isso atrai ladrões; vão pensar que estou cheio de dinheiro e fazer visitas indesejáveis. Até para pintar a frente da casa hoje é um perigo. Tem que pensar cem vezes e não pintar.
Benedito Addôr 14/12/2017
Como desgraça pouca é bobagem, hoje recebi a visita de ladrões que reviraram a casa, e furtaram um Notebook. Fiz B.O. n. 2017.413168 na polícia. Esse Governo demoliu quase toda Ilha da Banana, mas não tomou a iniciativa de mandar carpir o mato que cresceu e virou esconderijo. Tem que mandar gente com enxada, foice para cortar o matagal, antes que vire uma floresta. Em 51 anos de moradia na área é a primeira vez que sou furtado, antes só levaram as pastas com documentos da desapropriação, e esse fato foi denunciado pelo hipernoticias na matéria: Morador da Ilha da Banana tem a casa invadida e apenas documentos são levados do armário.
Benedito Addôr 12/12/2017
A queda da parede foi motivada pela demolição das casas geminadas e do Centro Comercial Morro da Luz, à marretadas e usando máquinas pesadas; escavaram a parte ligada a casa, fizeram um buraco, e chuvas pesadas estão encharcando o solo. Isso já estava anunciado, foi matéria do hipernoticias: Morador reclama de danos a sua casa durante demolição de imóveis na Ilha da Banana; e do midianews: Vizinho diz que casa está comprometida por demolição. O Coordenador dos Direitos Humanos, da Defensoria, esteve na casa, tirou fotos de toda a área, e abriu o Processo nº 61/2017 contra a Secid, pedindo Reforma na casa "fragilizada em virtude das demolições ocorrentes nas adjacências", mas a Secid não tomou nenhuma providência, perfazendo já quatro meses de agosto até dezembro.
Carlos Nunes 11/12/2017
Pois é, a figura do Sr. Ador, representa a luta do cidadão brasileiro (DAVI) contra o Sistema (GOLIAS)...ainda bem que na Bíblia Davi venceu Golias. Enquanto isso...alguns sites nacionais mostraram o seguinte sobre a Reforma da Previdência: na Seguridade Social do País, onde a Previdência é o mais importante, não existe déficit, mas sim superavit, e esse dinheiro é desviado pra outras finalidades, e usado pra pagar a dívida pública. Puxa vida! E eles contam uma estória triste pra Reformar a Previdência? Hoje vi a propaganda do Governo, que diz: tem que reformar pro tirar privilégios de pessoas que trabalham pouco e aposentam cedo. Quem são essas pessoas que trabalham pouco e aposentam cedo? Não entendi. Teria é que abrir a CAIXA PRETA da Seguridade Social pra ver o que tá acontecendo de fato. Pra que ralo tá indo o dinheiro? Que parece um saco sem fundo. Por quem será que a gente deve torcer? Pro Sr. Ador ou pro Sistema? Vote! Se fosse pro Sistema, homens e mulheres aposentariam com 65 anos, 49 anos de contribuição; o que significaria que a pessoa teria que começar a trabalhar com 16 anos pra aposentar, pra ganhar a mesma coisa. Sabe quantas pessoas conseguiriam essa façanha? NENHUMA.
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