Há poucos anos, a mania dos containers se instalou em Cuiabá após um estabelecimento de diversão noturna importar o conceito de outras capitais mundo afora. Depois foi a vez dos food parks, que atraíram os cuiabanos para a novidade, e, recentemente, até uma loja de roupas adotou os vagões. Mas no exterior e em outras capitais brasileiras, além do material ser utilizado para empreendimentos, o conceito sustentável foi aplicado também para outro ponto: moradia.
Talvez o leitor veja no containers uma simples caixa de aço utilizada para transporte, principalmente no meio marítimo. No entanto, as casas de containers chegam ao Brasil como uma novidade e trazem muitas possibilidades de combinação e praticidade. Em Cuiabá, a inovação despertou a curiosidade de escritórios de arquitetura, que já se lançaram na empreitada de viabilizarem os projetos.
Adrian Miller, gerente de projetos na Edificatto Arquitetura e Projetos, conversou com o HiperNotícias sobre a novidade. “O container tem o conceito de ser uma obra de reciclagem”, explicou. “A mania estourou na Europa, porque eles chegavam nos portos e não tinham mais uso. Então, procuraram uma maneira de estarem reaproveitando esses vagões”.
Conforme o arquiteto, a ideia foi importada para o Brasil há poucos anos, após notarem que torná-los moradia era um projeto que dava certo. Já em Mato Grosso, a novidade foi facilitada com a chegada de empresas especializadas em containers no Estado.
A principal vantagem para a adoção do container é a praticidade. “A gente montou o projeto, mandou para a pessoa que vai executar, ele já vem cortado, revestido. Então é simplesmente questão de fazer uma fundação e pronto. Não tem sujeira nem o transtorno de estar achando a alvenaria espalhada no canteiro de obra”, observou Miller.
Em Cuiabá, o escritório do arquiteto já realizou alguns projetos com containers. Dentre eles, uma casa em um condomínio na região do Lago do Manso na qual o arquiteto propôs um mix de materiais. “Nessa casa, a gente mistura alvenaria, estrutura metálica e vidro, para flexibilizar”, contou.
Segundo o arquiteto, os escritórios elaboram todo o projeto da obra e fazem acompanhamento para garantir que tudo corra bem. No passo a passo, Miller explica: “O cliente chega com a ideia e a gente incrementa, projeta e apresenta. Ele aprovando, a gente dá um caderno com todas as especificações técnicas para ele levar para orçar e executar. A gente procura sempre especificar, dar tudo detalhado”.
Outro ponto que sempre interessa ao cliente é quanto vai pesar no bolso. Segundo o arquiteto, as casas de containers costumam ter custo mais reduzido. No entanto, este ponto requer atenção e depende dos gostos do cliente, que pode escolher um acabamento mais sofisticado e encarecer a obra.
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“Em geral, o container gera uma economia de até 30% no valor da obra. É bom, porque, numa obra de R$100 mil, por exemplo, você economizar R$30 mil já ajuda bastante”, pontuou. No entanto, como toda obra, a novidade requer atenção: “O container absorve muito calor, então tem que ter o cuidado de estar revestindo ele com gesso acartonado, que é o revestimento térmico mais usado por nós”, explicou o arquiteto. Sendo ele, apesar do material, ele ainda recomenda que seja implementada uma cobertura para evitar a insolação.
Com a incrementação, e conforme a personalização do container, o custo da obra pode aumentar. Mas, ainda assim, chama a atenção por ter o custo menor do que as obras convencionais.
Confira abaixo a entrevista com o arquiteto:
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