As vendas recuaram em todas as regiões, com exceção da América Latica, onde subiram 1,5%, a 3,1 bilhões de francos suíços.
A empresa atribuiu o avanço ao Brasil, "com impulso contínuo para Garoto, KitKat e Nescafé".
Na América do Norte, as vendas somaram 5,8 bilhões de francos suíços (-7,7%).
Na Europa, as vendas foram de 4,6 bilhões de francos suíços (-5%), enquanto na Ásia, Oceania e África foram de 4,2 bilhões de francos suíços (-9,4%) e na China 1,2 bilhão de francos suíços (-5,9%).
A fabricante suíça de alimentos reportou que as vendas orgânicas aumentaram 1,4% nos primeiros três meses do ano, abaixo do consenso de 2,9% e dos 9,3% registrados em igual período do ano passado.
O crescimento das vendas orgânicas da Nestlé desacelerou acentuadamente nos primeiros meses do ano, já que a demanda do consumidor permaneceu fraca, especialmente na América do Norte, enquanto as interrupções na cadeia de suprimentos continuaram a impedir o aumento dos volumes. Em relação ao crescimento interno real - principal medida do volume de vendas da empresa - a queda foi de 2% no trimestre, enquanto analistas esperavam recuo de 0,5%.
Segundo a Nestlé, o aumento dos preços ficou em uma média de 3,4% no trimestre. A empresa começou a reduzir o ritmo dos aumentos de preços depois de reconhecer no início do ano que a inflação sem precedentes observada nos últimos anos afastou consumidores e afetou a demanda. Assim como outras fabricantes de alimentos, a companhia aumentou seus preços para repassar os custos mais altos, elevando-os em uma média de 7,5% no ano passado, o que levou alguns compradores a migrarem para marcas mais baratas ou a retirarem certos produtos de suas listas de compras.
De acordo com o balanço desta quinta-feira, a empresa enfrenta uma pressão significativa dos consumidores de baixa renda nos Estados Unidos, onde os aumentos de preços nos últimos dois anos e a redução dos pagamentos de assistência nutricional suplementar do país a partir do segundo trimestre do ano passado reduziram o poder de compra. "Isso resultou em certa fraqueza ao longo do segundo semestre do ano passado e vimos isso continuar agora no primeiro trimestre deste ano", disse o CEO da Nestlé, Mark Schneider.
Para 2024, a Nestlé reiterou que espera um crescimento orgânico de vendas de cerca de 4% e um aumento moderado na margem de lucro operacional comercial subjacente, em relação aos 17,3% registrados no ano passado. Além disso, a companhia prevê que os ganhos por ação subjacentes em moeda constante aumentem entre 6% e 10%.
"Parece que as coisas estão pior do que o esperado", disseram analistas da Bernstein em nota, destacando que há elementos suficientes no balanço para deixar os investidores de longo prazo preocupados. O crescimento da Nespresso e da Petcare ficou muito aquém das expectativas, o que é importante já que estes devem ser os motores de crescimento do negócio a longo prazo e devem ser menos afetados pelos consumidores norte-americanos preocupados com os preços, disseram.
(Com Agência Estado)
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