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Justiça Quinta-feira, 18 de Janeiro de 2018, 18:35 - A | A

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Quinta-feira, 18 de Janeiro de 2018, 18h:35 - A | A

CORRUPÇÃO É ENDÊMICA

Para Silval, empresários se beneficiaram com esquemas e agora se passam por vítimas

JESSICA BACHEGA

Na tarde dessa quinta-feira (18), o ex-governador Silval Barbosa, atualmente sem partido, prestou o último de uma série de depoimentos à Controladoria do Geral do Estado (CGE), e afirmou que sua colaboração visa ajudar a acabar com a corrupção no Estado. Para Silval, os empresários investigados tiveram benefício com os desvios promovidos ao erário. “Eles se beneficiam e depois querem se passar por vítima”, frisa.

 

Alan Cosme - HiperNotícias

Silval Barbosa

 Silval diz que corrupção sempre existiu

O ex-chefe do Executivo colabora com a CGE a elucidação de investigações contra mais de 100 empresas acusadas de corrupção. As companhias mantinham e ainda mantém contratos com o governo do Estado.

 

Em sua fala, Silval salientou que adotou a postura colaborativa após constatar que que toda a culpa referente aos desvios dos cofres públicos recaiam sobre suas costas. Ele justifica ainda que sua intenção não é levantar falsas acusações, mas apontar nomes de quem participou dos atos ilícitos junto com ele.

 

“Estou aqui para colaborar e relatar as coisas cometidas e quem participou. De empresários a políticos. Que eu colabore para que essa ação chegue a um veredito. E ajudar para que acabe esse sistema no qual todo político ache que pode se beneficiar do dinheiro público e usar os empresários, que, em certo momento, se beneficiam também e depois querem se passar por vítimas”, relata.

 

Silval ainda espera que, após sua delação e de outros colaborares, o esquema de corrupção não aconteça mais e que as pessoas que ocupam cargos públicos não se sujeitem, por pressão ou extorsão, para esse tipo de coisa.

 

“Isso é endêmico. Ocorreu em praticamente todos os governos. Infelizmente a gente vê que ainda estava acontecendo, conforme relato de outros colaboradores, como é o caso da Rêmora e outros. Isso acontece e eu espero que não venha a acontecer mais no nosso Estado”, declara.

 

A condenação do ex-governador surgiu na Operação Sodoma. Ele foi sentenciado a 13 anos de prisão pelos desvios promovidos por meio de concessão de crédito a empresas que pagaram propina ao grupo criminoso liderado por ele. Entre os empresários investigados na Operação estava o dono da Tractor Partis, João Rosa. Ele afirma ter pago R$ 2,5 milhões á quadrilha para ter acesso ao programa de incentivo. No decorrer do processo, Rosa passou de réu a delator e foi, por último, considerado vítima do grupo criminoso.

 

Na segunda fase da Operação, começou a ser investigado o empresário Willians Paulo Mischur, dono da Consignum, que teve R$ 1 milhão apreendidos em sua casa e disse que nos quatro anos de gestão Silval Barbosa, repassada entre R$ 500 e R$ 700 mil mensais ao governador para a manutenção dos seu contrato junto ao Estado. Sua empresa era responsável por controlar os empréstimos consignados contraídos pelos servidores do Estado. Ele também delatou o esquema e foi considerado vítima de extorsão por parte da quadrilha liderada por Silval e compostos por alguns de seus secretários.

 

Investigações

Alan Cosme - HiperNotícias

Silval Barbosa

 Secretária Adjunta esclarece que apuração está sob sigilo

A secretaria adjunta da CGE, Cristiane Laura de Souza, afirmou que Silval é colaborador nas investigações e não consta como réu. Ela também ressalta que são entre 102 e 104 empresas os alvos dos procedimentos da CGE e que tais ações tramitam sob sigilo.

 

“Foram colhidas informações com o intuído de averiguar indícios de autoria e materialidade de envolvimento de pessoas jurídicas e servidores em atos ilícitos”, informa a secretária.

 

As apurações tiveram início em novembro e já tinha alguns procedimentos preliminares quando Silval se dispôs a colaborar com o trabalho investigatório.

 

As empresas citadas são enquadradas na Lei Anticorrupção e acusadas de fraudes em licitações, pagamento de propina, fraude em contratos, aliciação de servidores entre outros crimes, segundo Cristiane Souza.

 

"Como a ação está sob sigilo, não pode divulgar em que ramo elas atuavam nem o valor do prejuízo aos cofres públicos. Caso seja comprovada a participação nos desvios, as empresas deverão devolver ressarcir o erário, pagar multa de 0,1 % a 20% sobre o faturamento bruto do ano anterior a instauração do processo, divulgar que foi condenada por corrupção e fica proibida de estabelecer contratos com a administração", concluiu a secretária adjunta. 

 

Para os servidores envolvidos nos atos ilícitos, a pena pode varias de uma repreensão até a perda do cargo público.

 

A CGE tem prazo de 60 dias para concluir os processos.

 

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