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Justiça Segunda-feira, 15 de Novembro de 2021, 13:45 - A | A

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Segunda-feira, 15 de Novembro de 2021, 13h:45 - A | A

PROPORCIONADO PELO CEJA

Programa Padrinhos é retomado em MT na busca por proporcionar mais finais felizes

Durante a pandemia crianças e adolescentes elegíveis para o apadrinhamento foram privados da convivência afetiva. Autorização dos magistrados do TJMT pode mudar essa realidade.

RAYNNA NICOLAS
DA REDAÇÃO

Aos 12 anos, Sidney ganhou uma nova família. Ele fazia parte do grupo de crianças cujas possibilidades de adoção eram consideradas remotas, mas o futuro dele mudou quando seu destino cruzou os destinos do servidor público Lusanil Cruz e de sua esposa, Elisia Cruz. Quando conheceu Sidney, o casal decidiu fazer parte do Programa Padrinhos, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), e acabou adotando o adolescente.

Reprodução

elaine, aretuza e nadir

Elaine Zorgetti Pereira, Aretuza Vanesa de Deus e Nadir Nadaf.

O final feliz da família é só um dos vários proporcionados pelo Programa, coordenado pela Comissão Estadual Judiciária de Adoção de Mato Grosso (CEJA-MT). Essas histórias, no entanto, tiveram que se adaptar à realidade imposta pela pandemia do coronavírus.

“O Programa Padrinhos e principalmente as crianças que têm o perfil para apadrinhamento, que não são todas, foram prejudicados com a pandemia, porque tivemos que suspender todos os apadrinhamentos afetivos. Então, até agora não tinha retornado a modalidade afetiva”, afirmou Elaine Zorgetti Pereira, secretária-geral da CEJA.

A psicóloga Aretuza Vanesa de Deus e a assistente social Nadir Nadaf, que atuam no Programa, destacaram que o momento foi de cuidado especial com as crianças e adolescentes, sobretudo aqueles beneficiados com o apadrinhamento afetivo.

“Como nossas crianças e adolescentes já são limitados por diversos motivos a algumas atividades fora da instituição, aqueles que estavam sendo apadrinhados no programa na modalidade afetiva precisaram ser acompanhados pela equipe técnica mais de perto, uma vez que o vinculo foi temporariamente, não cortado, mas modificado. A virtualidade não consegue substituir o calor humano que somente os encontros presenciais podem proporcionar, mas seguramente a tecnologia foi um aliado para este momento tão difícil para todos”, explicaram.

Se por um lado o momento foi de preocupação para a equipe, a sociedade também demonstrou estar preocupada. A psicóloga e a assistente social contaram que, mesmo com os apadrinhamentos suspensos, a procura de novos pretendentes foi maior.

“Nossas crianças e adolescentes acolhidos, que já são privados de um convívio familiar por motivos distintos, com a pandemia, por segurança, tiveram os apadrinhamentos suspensos. Porém, fomos surpreendidos com uma procura maior de novos pretendentes e com os antigos pretendentes buscando alternativas possíveis de dar continuidade ao programa”, ponderaram.

A secretária-geral Elaine Zorgetti Pereira pontuou que durante o período crítico da pandemia foram suspensas as modalidades de apadrinhamento afetivo e de prestação de serviços. A primeira prevê o contato direto entre padrinhos e apadrinhados com convivência aos finais de semana, feriados e férias escolares, que foi o caso de Sidney. Na segunda modalidade, os padrinhos oferecem os serviços que prestam às crianças e adolescentes ou à casa de acolhimento a qual pertencem.

Os padrinhos provedores, que mantêm as despesas do apadrinhado, no entanto, não foram afetados, já que não têm o contato direto com os apadrinhados. Nesse sentido, Aretuza e Nadir relembraram que muitos padrinhos migraram para essa modalidade para não interromperem sua participação no Programa.

“Com a impossibilidade de entrar nas instituições ou de retirar as crianças/adolescentes delas, alguns padrinhos afetivos passaram a atuar como padrinhos provedores, buscando suprir outras necessidades dos acolhidos”, disseram.

Final feliz

O primeiro encontro de Sidney e sua família foi em 2016, em um evento no shopping de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá. Ao desfilar com Elisia Cruz, o menino sequer poderia imaginar que, anos depois, aquela seria sua mãe adotiva.

Acervo Pessoal

ELISIA, LUSANIL E SIDNEY

Elisia, Lusanil e Sidney Cruz.

“Eu trabalhei na corregedoria [do TJMT] e, na época, foi implantado o Projeto Padrinhos e eu gostei muito do objetivo, porque o projeto ia incentivar as famílias a estenderem a mão para uma criança que está no abrigo, que foi abandonada. Em 2016, houve um trabalho da Ampara que fez um desfile no shopping de Várzea Grande. Nós fomos patrocinadores e minha esposa desfilou com uma criança, essa criança é o Sidney, que passou a ser nosso afilhado”, relembrou Lusanil Cruz, servidor público e pai adotivo de Sidney.

Depois de dois filhos biológicos homens, o desejo do casal era adotar uma menina, mas os afazeres do dia a dia fizeram com que a intenção ficasse em segundo plano. Entretanto, em 2016, o olhar triste de Sidney marcou o coração de Elisia. Um ano depois, Lusanil, vendo a preocupação da companheira, resolveu tomar uma atitude.

“Depois do desfile, minha esposa sempre falava do Sidney para mim, que ele tinha um olhar triste e que nós tínhamos que ajudar ele e eu disse que nós poderíamos ser padrinhos dele. Um dia, depois de uma festa de aniversário, fomos lá conhecer o Sidney, mas ele não estava lá. Voltamos no outro dia e falamos que queríamos conhecer ele melhor, apadrinhá-lo. De imediato, ele me olhou e falou: “Eu quero”. Nós entramos com o processo de apadrinhamento e começamos a ter contato com o Sidney todos os fins de semana e feriados. A gente o pegava na sexta-feira à noite e levava no domingo, depois do Fantástico”, explicou. 

Bastaram quatro encontros para que o casal decidisse trazer Sidney para casa definitivamente. Ver o menino colocando as roupas do abrigo em um domingo à noite foi determinante para que o casal tivesse certeza da adoção.

“O trouxemos para morar aqui com a autorização do juiz, passou o processo e começamos a trabalhar com o Sidney, ele veio para cá com muitas crenças limitantes, complexo de inferioridade, de aceitação e começamos a trabalhar com ele, colocamos em uma escola particular, em uma psicopedagoga, os meninos gostaram dele, a família teve uma boa aceitação e hoje o Sidney está trabalhando no Kumon”, declarou Lusanil.

“Hoje o Sidney teve oportunidade, estuda em uma boa escola, está trabalhando, tem o quarto dele com os meninos... Então, para mim o Projeto Padrinhos é muito importante para quem quer dar o primeiro passo e ajudar uma criança”, completou o servidor.

Agora, com o avanço da vacinação e a desaceleração da transmissão de coronavírus, a equipe da CEJA aguarda autorização dos magistrados do TJMT para o retorno completo do Programa e da possibilidade de testemunhar mais finais felizes.

Programa Padrinhos

O Programa Padrinhos, anteriormente denominado de Projeto Padrinhos, foi lançado pela Corregedoria-Geral da Justiça, por meio da Comissão Estadual da Adoção – CEJA, no dia 21 de maio de 2008. Posteriormente, sobreveio a edição do Provimento n. 37/2012-CGJ e o projeto foi normatizado e expandido para as comarcas do interior, recebendo nova denominação de Programa Padrinhos pelo Provimento n. 19/2018-CGJ.

O Programa busca promover a participação da sociedade civil no apadrinhamento de crianças acima de 8 anos e adolescentes acolhidos, com possibilidades remotas ou inexistentes de adoção.

Modalidades: Afetivo, Prestador de Serviços e Provedor.

Aqueles que se interessarem em se inscrever no programa e residirem nas comarcas de Cuiabá e Várzea Grande podem acessar o site http://padrinhos.tjmt.jus.br/ficha/padrinho.aspx. Nas demais comarcas, os interessados devem procurar a Vara da Infância e da Juventude.

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