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Polícia Segunda-feira, 22 de Abril de 2024, 19:04 - A | A

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Segunda-feira, 22 de Abril de 2024, 19h:04 - A | A

APITO FINAL

Além da lavagem de dinheiro, "Tesoureiro do CV" comandava todos atos violentos que aconteciam no bairro Jardim Florianópolis

Embora a lavagem de dinheiro pareça um crime de menor potencial ofensivo, a situação é diferente quando se trata de WT, uma vez que este delito está emaranhado junto com outros crimes violentos

SABRINA VENTRESQUI
Da Redação

O tesoureiro do Comando Vermelho em Mato Grosso, Paulo Witer Farias Paelo, o ‘WT’, era o responsável por comandar todas as ações criminosas que ocorriam no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá. Apesar de ter sido pego em um esquema de lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas, todos os delitos, desde execuções ou demais atos violentos, que aconteciam na região deveriam ter o aval do criminoso, segundo a explicação do delegado da Gerência de Operações Especiais (GOE), Frederico Murta, em entrevista ao HNT.

WT foi preso pela Polícia Civil durante a 'Operação Apito Final', em 29 de março, em Maceió (AL), enquanto assistia um torneio de futebol amador. O faccionado foi transferido para Mato Grosso no dia 14 de abril, juntamente com seus comparsas Alex Júnior Santos de Alencar, Andrew Nickolas Marques dos Santos e Tayrone Junior Fernandes de Souza.

Eles estavam presos no Presídio de Segurança Pública de Maceió e, aqui em Mato Grosso, foram encaminhados para Penitenciária Central do Estado, na Capital.

LEIA MAIS: Líder criminoso WT e comparsas são transferidos para MT e encaminhados para PCE; veja vídeo

“A gente identificou, durante as investigações, que ele [WT] é o líder e comanda determinada região da cidade. Então, tudo que acontece naquela região, qualquer tipo de ato violento tem que passar pela autorização dele. Consequentemente, ele está exercendo uma função de comando na execução de pessoas e outros crimes violentos na região da qual ele comanda”, informou Murta.  

Segundo o delegado, embora a lavagem de dinheiro pareça um crime de menor potencial ofensivo, a situação é diferente quando se trata de WT, uma vez que este delito está emaranhado junto com outros crimes violentos.

“No caso dele, o delito de lavagem de dinheiro está inserido no âmbito da organização criminosa. Ele é a mesma voz de comando que manda determinado escritório de contabilidade emitir uma nota e é o mesmo que manda um adolescente enfiar uma arma na cabeça do outro e disparar. A lavagem de dinheiro de facção criminosa é oriunda de roubos, extorsão, estelionato, tráfico de drogas. Nesse caso, é impossível dissociar a violência do crime de lavagem de dinheiro. Existem pessoas que trabalham somente em atos diretos de lavagem de dinheiro, mas não é o caso dele. Ele é um líder de organização criminosa que coordena também a parte de lavagem de dinheiro”, explicou a autoridade policial.

Murta também esclareceu que WT começou a comandar a lavagem de dinheiro de dentro da cadeia. Isso porque, como estava privado de liberdade, afastou-se da participação ativa nos crimes e passou a dar ordens.

MODUS OPERANDI

As apurações da Polícia Civil identificaram 25 pessoas que fazem parte do círculo íntimo de WT, integrantes da organização criminosa, a ‘orcrim’. Dentre os principais está a esposa dele, Cristiane Patrícia Rosa Prinns, e o irmão, Fagner Paelo, também conhecido como ‘Faguinho’, que pretendia lançar seu nome à Câmara Municipal de Cuiabá nas eleições de 2024.

A personal trainer Mayara Bruno Soares também foi identificada durante as investigações como uma das mulheres de confiança do tesoureiro do CV. Foi ela quem ajudou a esposa de WT a comprar uma apartamento com dinheiro do tráfico, de forma diluída em diversas contas correntes, para enganar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).

Em um trecho da decisão judicial que autorizou a Apito Final, Mayara ensina Cristiane como fazer transações bancárias sem alertar o COAF.

“Patrícia, toma cuidado na hora de depositar esse dinheiro. O Coaf está em cima. A partir de R$ 20 mil depositados, eles começam a pedir CPF, eles têm que preencher formulário para saber a origem do dinheiro. Então, seria legal você fazer assim, umas 10 pessoas e picar. Um depositar ali, outro aqui, um pouquinho em cada agência. Porque se você pegar esse dinheiro todo, que seja R$ 50 mil, e ir na boca do caixa, dentro do banco, para fazer o depósito, já era”, orienta Mayara.

Mayara também era encarregada de administrar os sacolões e cestas básicas que o grupo criminoso doava à população do Jardim Florianópolis e outros bairros da Capital, como forma de assistencialismo e de ganhar o ‘coração’ dos moradores dessas regiões.

LEIA MAIS: WT usa assistencialismo e cestas básicas para ganhar apoio popular, aponta investigação

OPERAÇÃO APITO FINAL

Em uma investigação que durou quase 2 anos, a GCCO apurou centenas de informações e análises financeiras que possibilitaram comprovar o esquema liderado por Paulo Witer para lavar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas. Para isso, ele usou comparsas, familiares e testas de ferro na aquisição de bens móveis e imóveis para movimentar o capital ilícito e dar aparência legal às ações criminosas.

A operação foi deflagrada no dia 2 de abril, com a finalidade de descapitalizar a organização criminosa e cumpir 54 ordens judiciais que resultaram na prisão de 20 alvos, entre eles o líder do grupo, identificado como tesoureiro da facção, além de responsável pelo tráfico de entorpecentes na região do Jardim Florianópolis, onde ele montou uma base para difundir e promover a facção criminosa agindo também com assistencialismo por meio da doação de cestas básicas a eventos esportivos.

A investigação da Gerência de Combate ao Crime Organizado apurou que o esquema movimentou R$ 65 milhões na aquisição de imóveis e veículos. As transações incluíram ainda criação de times de futebol amador e a construção de um espaço esportivo, estratégias utilizadas pelo grupo para a lavagem de capitais e dissimulação do capital ilícito.  

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