O delegado titular da Delegacia Especializada de Trânsito (Deletran), Christian Cabral, afirmou que a médica Letícia Bortolini, de 35 anos, se reservou ao direito de ficar em silêncio no depoimento prestado no domingo (15). A oitiva foi realizada após a profissional ter atropelado o vendedor de verdura, Francisco Lucio Maia, de 48 anos, na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá.
Na tarde de terça-feira (17), o médico Aritony de Alencar Menezes, de 37 anos, esposo de Letícia, afirmou a Cabral que não sabia que a suspeita havia ingerido bebida alcoólica, durante um festival pouco antes de atropelar o vendedor de verduras. Durante o depoimento que durou aproximadamente duas horas, Menezes alegou que após entrar no carro com a sua esposa, dormiu e não viu o momento do atropelamento. Alencar contou ainda que só ficou sabendo do acidente quando os policiais chegaram em sua residência, localizada no bairro Jardim Itália, em Cuiabá.
O delegado confirmou que a suspeita decidiu ficar em silêncio e considerou o depoimento de seu esposo evasivo e fantasioso.
“Nós colhemos o depoimento da Letícia que preferiu se reservar no direito de ficar calada. Com isso, nós já terminamos a fase de oitivas dos suspeitos e vamos para outra parte da investigação. Já o depoimento do médico foi muito evasivo e fantasioso. Ele confirmou que quem saiu dirigindo foi a sua esposa. Ele negou que presenciou a Leticia fazer o consumo de álcool durante o evento. O médico afirmou que não observou que a sua esposa estava bêbada quando estava dirigindo. Logo depois, ele contou que entrou no carro, dormiu e que só ficou sabendo do atropelamento quando os policiais foram até a sua casa”, disse o delegado ao HiperNotícias.
Letícia foi presa ainda na noite de sábado (14), em uma residência no bairro Jardim Itália, em Cuiabá. No domingo (15), a juíza Renata do Carmo Evaristo Parreira, da 9ª Vara Criminal, converteu a prisão temporária em preventiva durante audiência de custódia. Na ocasião, a magistrada afirmou que a médica tinha "personalidade criminosa", pois atropelou e matou o comerciante, fugiu do local do acidente e não acionou socorro ou autoridades ao local do crime. A juíza também ponderou que a acusada, sendo médica, tinha o poder e o dever de prestar socorro à vítima, mas não o fez.
O delegado Christian contou que as investigações apontam que era a médica que estava dirigindo, mas que isso será investigado durante os autos.
“Tudo que nós temos de oficial apontam que a Leticia é que estava dirigindo o veículo. A gente abriu a investigação e estamos investigando para que não haja nenhuma dúvida. Mas tudo que nós temos nos autos apontam que era a Leticia que estava no comando do carro, que é de propriedade dela”, concluiu o delegado.
Na terça-feira (17), o desembargador Orlando Perri acolheu o pedido da defesa de Letícia feito sob o argumento de que ela tem um filho com 1 ano de idade e que precisa de cuidados, é responsável pelo sustento da criança, além de que não tem antecedentes criminais.
Como condição para que Letícia deixe a prisão, o desembargador impôs algumas medidas cautelares, entre elas comparecimento mensal ao juízo, não frequentar bares e clubes, recolhimento noturno, não pode consumir bebidas alcoólicas e entorpecentes, não pode se envolver em outros delitos. Caso Letícia infrinja alguma das medidas ela pode ser recolhida para o regime fechado, novamente.
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