O ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (sem partido), afirmou que poderá reavaliar sua filiação partidária após a desistência do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), de disputar o Senado Federal. Embora Maggi ainda não tenha anunciado oficialmente sua desistência, nos bastidores a informação é de que ele já comunicou o presidente Michel Temer que permanece no Ministério da Agricultura até o final do mandato do emedebista. O Democratas e aliados do ex-gestor já davam como certa a filiação de Mendes ao DEM, onde já estão os deputados federais Adilton Sachetti e Fábio Garcia.
SECOMMT
Ministro Blairo Maggi e Mauro Mendes
"Isso muda um pouco agora [filiação], com essa saída do Blairo. Vamos fazer algumas análises em conjunto e a partir daí ter uma definição se eu vou ter condições também para me colocar à disposição do processo eleitoral de 2018", afirmou Mendes, em entrevista à Rádio Capital FM, na manhã desta quinta-feira (22). Mendes também conversava sobre filiação ao PP, partido de Maggi.
Caso a saída de Maggi do cenário seja concretizada, Mendes avalia que sobrariam duas vagas ao Senado, pois uma delas já era dada como certa para o ministro, licenciado do Senado desde maio de 2016. "Isso mexe um pouco nas articulações políticas e até mesmo nas pessoas que tinham intenções de disputar o Senado", afirmou.
De acordo com Mendes, a desistência de Maggi foi uma decisão "amadurecida e sofrida, mas consciente". Para o ex-prefeito, ‘nenhuma decisão é definitiva’, mas os argumentos e ponderações do ministro são conscientes e ele levou em conta a família e questões pessoais. Além disso, grupos políticos devem tentar demover o ministro da ideia de sair da vida pública.
"É uma pessoa com alto prestígio na sociedade, está fazendo um excelente trabalho no Ministério da Agricultura, é senador, já foi governador. Tem essa representatividade toda, ao sair do cenário político, isso dá uma balançada. Mas a vida continua, ninguém vai morrer porque o Blairo não vai [disputar]", garantiu.
O ex-prefeito avalia, entretanto, que a desistência de Blairo Maggi "não muda” o projeto de reeleição do governador Pedro Taques, apenas a disputa às demais vagas. "Quando você vai para uma reeleição, é mais um plebiscito. Se o cara está contente, ele vai votar. Se não está, vai procurar uma outra alternativa. Então ele depende mais do bom trabalho que ele fez", finalizou.
Aliados de Taques, sob condição de anonimato, avaliaram que a desistência do ministro em disputar à reeleição, enfraqueceria uma possível traição que estaria sendo arquitetada dentro do grupo que hoje apoia o governador.
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