Não adiantou muita coisa o sermão dado, nesta quinta-feira (30), pelo presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, Misael Galvão (PSB), aos vereadores Renivaldo Nascimento (PSDB) e Abílio Júnior (PSC), que brigaram em plenário durante a sessão ordinária de terça-feira (28). Nascimento, irritado durante uma debate que teve como tema de fundo, a licitação do transporte coletivo na Capital, chegou a dar tapas na mão de Abílio que, com o dedo em riste (conforme flagrou uma das câmeras que filmava ao vivo), contra-argumentava sobre o tema. A sessão, à ocasião teve que ser suspensa pelo vereador Marcos Veloso (PV), que presidia aquela sessão para que os ânimos fossem acalmados.
Alan Cosme/HiperNoticias
Renivaldo: "Aquilo não foi tapa"
Já nessa quinta, os trabalhos em plenário foram abertos e, logo em seguida, suspensos pelo presidente da Casa Misael Galvão, para uma lavada de roupa suja, na sala da presidência. Todos os vereadores participaram da reunião e acordaram, a pedido de Misael, em voltar ao plenário e pedir desculpas à população, em discurso de no máximo três minutos, direto da tribuna.
O primeiro a cumprir o combinado foi Diego Guimarães (PP), vereador oposicionista que, durante um de seus discursos críticos à gestão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), chegou a dizer que, quando vai algum secretário da prefeitura à Câmara, os vereadores se comportam como “puxa-sacos”. Foi essa fala, aliás, que irritou Renivaldo que, ao tomar satisfação com Diego, foi interpelado por Abílio.
O vereador tucano, depois da fala de Diego, subiu à tribuna, desculpou-se à população, justificou seus atos, mas ao colega Abílio não quis pedir desculpas.
Alan Cosme/HiperNoticias
Abílio: "Eu fui o agredido"
“Aquilo não foi tapa. Não sou homem de dar tapas, só baixei a mão dele, de forma brusca”, disse Renivaldo à reportagem do HNT/HiperNotícias. Ele também enfatizou que as “provocações” de Abílio já são antigas e é preciso analisar todo o contexto, antes de afirmar que houve agressão da parte dele.
Mas Abílio Júnior também se recusou a pedir desculpas ao tucano. “Seria o mesmo que uma mulher que apanha do marido, ter que se desculpar, diante de um juiz, porque apanhou. Eu é que fui agredido”, disse, afirmando ainda que está avaliando se acionará ou não o Conselho de Ética da Câmara contra Nascimento.
Questionado por quê não quis usar o tempo de três minutos para se desculpar, ao menos à população, Abílio disse que quem tem que se desculpar é a Câmara, já que ele jamais agrediu qualquer vereador, “nem verbalmente”.
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