Em seu acordo de delação premiada, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) conta que o senador Wellington Fagundes (PR), na época deputado federal, intermediou contato com os diretores da empreiteira Delta, também citada na Operação Lava Jato, para que esta tivesse o direito de concessão de rodovias no Estado, em troca de doação para campanha de Silval ao governo, em 2010.
Marcos Lopes/HiperNotícias
Wellington Fagundes intermediou encontro de empresários com Silval Babosa
A empresa chegou a fazer doação, mas, por problemas financeiros, não participou da licitação para a Parceria Público Privada (PPP) de estradas no Estado.
Segundo o documento, em 2010 Fagundes apresentou Silval Barbosa aos diretores da Delta, Claudio Abreu e Acácio Rezende. A empresa já tinha contrato com o Estado para locação de veículos para Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). Porém, almejava ampliar a área de atuação para a concessão de rodovias.
Houve várias outras reuniões para tratar do tema e Silval pediu um levantamento sobre as rodovias de maior fluxo e dificuldade de recuperação. Foram apresentadas entre 10 e 12 estradas e, posteriormente, a Delta encomendou um estudo sobre as vias. Em troca da concessão, a Delta contribuiria com doação para a campanha de Silval.
“Que em relação a valores, sabe que recebeu doação da Delta para a campanha de 2010, que não se recorda o valor exato, mas acredita que foi em torno de R$ 500 mil a R$ 1 milhão”, diz trecho do documento.
Silval ainda relata que os diretores da Delta fizeram doações para a campanha de Wellington, mas que não sabe revelar o valor doado.
Silval conta também que os diretores da Delta lhe apresentaram os representantes das empresas Rio Tocantins e J.M, que prestaram serviços no projeto MT Integrado, na pavimentação da rodovia que liga a BR 158 ao Município de Santa Terezinha.
Silval também afirma que para vencer a licitação, Rio Tocantins e J.M. assumiram uma dívida de R$ 4 milhões junto ao Banco Rural, que seria de Wellington Fagundes. “[...] o retorno foi para Welington Fagundes”, diz.
Apesar de ter dado dinheiro para o ex-governador, a empresa Delta não assumiu o projeto de recuperação das rodovias. “Algumas chegaram a ser licitadas, mas foram canceladas as licitações. Nesse período a empresa Delta passou por problemas financeiros e não participou das licitações”, ressalta.
A assessoria de imprensa do senador foi procurada e informou que a delação do ex-governador não traz qualquer comprovação de ato ilicíto.
Confira nota
A delação premiada do ex-governador Silval Barbosa, a rigor, não traz qualquer comprovação de ato ilícito contra o senador Wellington Fagundes.
É preciso reafirmar que todas as doações recebidas pelo senador constam de sua prestação de contas aprovadas pela Justiça Eleitoral.
Da assessoria
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