O senador Wellington Fagundes (PR) teria pressionado o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) para trocar o secretário da Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu), após a notícia de que o Estado teria conseguido um empréstimo na ordem de R$ 1,5 bilhão. A verba seria destinada ao programa de pavimentação asfáltica, o MT Integrado, e foi contraída junto ao Banco do Brasil, através do BNDES.
As informações constam na delação de Silval Barbosa, firmada junto a Procuradoria-Geral da República (PGR) e homologada pelo relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux. "Para ter o apoio do PR (Partido da República) nas eleições do ano de 2010 foi combinado que seriam disponibilizadas algumas Secretárias para tal partido", afirmou Silval, em delação.
O ex-governador, então, nomeou Arnaldo Alves de Souza Neto, que é filiado ao partido do senador. Porém, Arnaldo não desfrutava da "confiança" de Fagundes, que constantemente reclamava de seu correligionário. Consta no documento que após o empréstimo, aumentou também a pressão de Fagundes para que Silval colocasse no lugar de Arnaldo uma pessoa de "confiança".
Silval disse que o senador pleiteava a nomeação de um funcionário que trabalhava no gabinete de Fagundes, que seria Cinésio de Oliveira. "Que em dezembro do ano de 2012 foi assinado o contrato de financiamento, sendo que próximo à data da assinatura do contrato de financiamento, o declarante [Silval] nomeou Cinésio Nunes de Oliveira no cargo de Secretário da Setpu, a pedido de Wellington Fagundes".
Silval afirmou também que Fagundes pediu que ele "repassasse o direito" de cobrar propina de algumas empresas diretamente para o senador e o secretário da Setpu. Fagundes teria exigido ainda a garantia de que Silval não iria opor-se aos atos praticados por Cinésio. As empresas que teriam ficado sob a "tutela" do parlamentar seriam as Construtora Sanches Tripoloni, Construtora Equipav e a Construtora Trípolo, todas pertencente à família do deputado Nininho (PSD).
"O declarante, Wellington Fagundes e Cinésio Nunes de Oliveira combinaram que algumas construtoras que prestavam serviços no Programa "MT Integrado" ficariam sob o controle de Wellington Fagundes", diz trecho da delação. "Nessas conversas com Wellington Fagundes e Cinésio Nunes foi dito de forma direta e explícita que Cinésio Nunes, representando Fagundes, procuraria os empresários de algumas construtoras para receberem os 'retornos'", completou.
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