A Câmara de Cuiabá deverá fazer uma acareação entre o delator Silvio Cezar Correa e o ex-secretário de Estado, Alan Zanatta, para descobrir quem está "mentindo" à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó. Os vereadores querem sanar a contradição de quem teria convidado Zanatta para ir na residência de Sílvio.
Na oportunidade, Zanatta gravou seu interlocutor por quase duas horas. O áudio é objeto da investigação da CPI do Paletó e pode configurar tentativa de obstrução da Justiça. O arquivo foi vazado a imprensa, juntamente com uma transcrição, na qual continha distorções no conteúdo. As distorções poderiam causar impacto negativo sobre a delação de Silvio e do ex-governador.
Ademais, no depoimento de Silvio, ele afirmou que o áudio conturbou o processo de investigação. O vereador Diego Guimarães solicitou o encaminhamento do depoimento do delator Sílvio para o Ministério Público Federal (MPF). O objetivo é avaliar se houve contradições no depoimento da delação e no depoimento à CPI.
De acordo com o depoimento de Silvio Cezar, realizado na última sexta-feira (16) à CPI, Zanatta teria procurado Silvio. Já segundo o depoimento de Zanatta, Silvio o teria procurado pedindo uma "ajuda" financeira. Os vereadores pretendem apurar também se Alan Zanatta teria procurado o prefeito Emanuel Pinheiro, afirmando que iria gravar o delator.
Na oitiva desta quarta (21), Zanatta negou várias vezes e garantiu que a iniciativa de fazer a gravação foi de "seu próprio CPF". "Eu mesmo decidir gravar, por vontade própria. Ninguém me mandou nada", confirmou.
A acareação foi um desafio lançado pelo próprio depoente, que logo foi aceita por parte dos vereadores. O vereador Dilemário Alencar (Pros) apresentou um requerimento, de forma oral, solicitando a realização da acareação.
“Houve muita contradição entre os dois depoimentos. É importante essa acareação para ver quem está falando a verdade. Ademais, também estamos requerendo para ser convocado para depois na CPI, o senhor Kleberson, vulgo Coxinha. Segundo o Zanatta intermediou essa reunião com o Silvio, queremos ouvir essa pessoa”, afirmou o vereador Dilemário.
A CPI
A Comissão investiga o vídeo do prefeito Emanuel Pinheiro recebendo maços de dinheiro quando era deputado estadual. Os vídeos foram anexados na delação do ex-governador junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) e homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux.
Além disso, o áudio encontrado pela Polícia Federal na residência do prefeito, durante a operação Malebolge, é objeto da investigação. O áudio foi gravado por Zanatta, com o delator Silvio Cezar Correa. O arquivo foi divulgado com distorções no conteúdo. O objetivo seria desclassificar a delação.
A CPI foi instalada no meio do mês de novembro é formada pelo presidente, vereador Marcelo Bussiki (PSB); um membro, vereador Mário Nadaf (PV) e pelo relator, vereador Adevair Cabral. A Comissão tem prazo de 120 dias, que começou a contar a partir da primeira sessão deste ano, para concluir as investigações.
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