Embora ao longo dos últimos pregões as taxas de DI tenham apresentado fortes oscilações, no acumulado da semana tiveram pouca variação. Na ponta curta, a variação foi de menos de 10 pontos-base, enquanto na longa pairou pouco acima dos 15 pontos.
Um dos fatores que limitam as perdas das taxas é o componente doméstico, segundo Vinícius Romano, head de renda fixa da Suno Research. "A gente está olhando bastante para o cenário externo, mas tem esse fator a mais, que seria o fiscal", disse ele, referindo-se às dúvidas do mercado com a capacidade do governo em cumprir as metas de resultado primário.
Este fator, somado à incerteza externa, impede os investidores de abandonarem a aposta de que o Copom reduzirá a Selic em 0,25 ponto porcentual na semana que vem - embora no momento haja na curva um quase equilíbrio entre a precificação deste corte e de um mais intenso, de 0,50 ponto porcentual, que estava no plano original do comitê.
Marcelo Boragini, sócio e especialista em renda variável da Davos Investimentos, aponta que o mercado enfrenta uma "dificuldade muito grande" de antever o comportamento da economia. Caio Schettino, head de alocações da Criteria, ressalta que a próxima decisão do Copom está "em aberto" e, dado a dificuldade que vai impor ao colegiado, pode servir para conhecer o perfil da nova composição da diretoria do Banco Central.
Romano acredita que o Copom seguirá o plano original e anunciará um corte de 0,50 ponto porcentual, porém mantendo a trajetória futura da Selic em aberto para ter mais flexibilidade. Boragini espera uma redução de 0,25 ponto.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 recuou a 10,170%, de 10,201% no ajuste de ontem. A taxa para janeiro de 2026 caiu a 10,355%, de 10,431%, e a taxa para janeiro de 2027 teve queda a 10,655%, de 10,756%. A taxa para janeiro de 2029 recuou a 11,160%, de 11,278%.
(Com Agência Estado)
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