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Empreendedor Quarta-feira, 05 de Agosto de 2015, 15:41 - A | A

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Quarta-feira, 05 de Agosto de 2015, 15h:41 - A | A

Povo indígena lança KurÂrte Bakairi e busca mercado para venda de artes

REDAÇÃO

KurÂrte Bakairi é a nova marca da Arte indígena em Mato Grosso. A novidade vem lá de Paranatinga, do Povo Bakairi, especialmente das mulheres artesãs. Após quase duas décadas sem comercializar seus produtos fora da aldeia, um sopro criativo chegou forte, por meio do Projeto Territórios Criativos Indígenas: arte e sustentabilidade.

 

Durante três dias (de 28 a 30 de julho), cerca de 30 participantes das aldeias que compõem o território Bakairi, em sua maioria mulheres, conversaram sobre a tradição artesã local; contaram como a arte manual começou e mostraram para os consultores obras de arte produzidas por elas e chegaram até a KurÂrte Bakairi, que inicialmente vai comercializar esteiras,  redes, cestarias, pulseiras, anéis, brincos, banquinhos de madeira, arco e flechas e ainda tipóias de algodão (pra carregar bebês).

 

Luzo reis

Ìndia

O Curso “Empreendedorismo Kura Bakairi” contou com consultoria da empreendedora social e jornalista Creuza Medeiros e de Adriano Boro Makuda, graduado em direito. As fotos foram registradas por Luzo Vinicius Pedroso Reis e irão servir de cartão postal dos produtos que serão comercializados. Negociação, comercialização, empreendedorismo e valor agregado foram outros tópicos abordados, inclusive com simulação presencial de negociações comerciais, momentos bem apreciados pelos participantes.

 

As três lideranças escolhidas entre os Bakairi para concretizar as negociações e vendas foram: Flávio Junior Paguho Kuia, responsável pela página KurÂrte Bakairi); Iranildes Madicai (que vai responder os e-mails dos futuros clientes) e Leidiane Pauaka, responsável por despachar as encomendas pelo Correio.

 

O que se percebeu no Povo Bakairi foi uma grande vontade e determinação de retomar a comercialização da arte indígena com garra, determinação e graça, como lindamente descreveu Vilinta Taukane:  “Temos que tirar a venda escura da nossa vida, tem que ver claridade, essa oportunidade é uma claridade”, profetizou, do alto de toda sua sabedoria.

 

O resultado do curso foi satisfatório, conforme relata uma das lideranças Bakairi, que inclusive ficou motivada a comprar uma máquina de costura pra fabricar roupas e usar a tradição de pintura corporal para estampá-las. “Foi despertada a nossa sensibilidade de fazer com as mãos, criar o que vem do coração, somos mulheres esperançosas de todas as idades e cores. Gratidão é a palavra que eu sinto. Vamos que vamos”, comemorou Darlene Taukane.

 

A pesquisadora/articuladora do projeto entre o povo Bakairi, Isabel Taukane, também avaliou com positividade o resultado da qualificação. “As artesãs ficaram superempolgadas, tenho certeza que irão sair coisas lindas desse projeto”.

 

 Novo tempo na história secular da arte indígena de um povo

Um dos argumentos principais utilizados pelas artesãs Bakairi para deixarem de comercializar os artefatos com tradição superior a um século é a proibição de utilização de penas na confecção dos ornamentos e artefatos, por exemplo. A opinião unânime dos participantes do curso é que a cor e alegria das penas formam diferencial importante na arte indígena. Eles têm muito apreço e orgulho pelo artefato colorido.

 

A pintura corporal é outro orgulho do Povo Bakairi, que tem pioneirismo nesta arte, que é transposta para quadros, máscaras sagradas e outros adornos.

 

As redes de algodão cem por cento ecológico são outras ricas atrações das mulheres Bakairi. Dona VilintaTaukane, 78 anos, matriarca dos Taukane, conta que só o cultivo da roça demora nove meses e a fabricação da rede pode levar até 90 dias. Ou seja, quem adquirir uma rede Bakairi tem uma preciosidade.

 

Hoje existem cerca de 20 redes prontinhas pra serem adquiridas, e na página do facebook KurÂrte Bakairi dá pra saber como adquirir o produto. Porém comerciantes e o público em geral que quiser adquirir os produtos já podem entrar em contato pelo e-mail [email protected].Sobre a força de vontade desse povo, de manter a sustentabilidade e dignidade através de seu próprio trabalho, o advogado Adriano Boro Makuda que abordou sobre as questões legais envolvendo a comercialização de arte conta que o resultado do curso foi uma poesia à parte pra ele. “A simplicidade, a sinceridade, a verdade, a alegria e o brilho no olhar de cada um dos Bakairi participantes do curso me fez sentir na profundeza da arte de viver a vida a grandiosidade do amor transmitida nas belezas da  KurÂrteBakairi, riqueza do nosso País”, concluiu Adriano.

 

A consultora Creuza Medeiros ficou extasiada com o que viu no Povo Bakairi. “A arte indígena deles é de extrema qualidade técnica, com alma, história e muito capricho. O aproveitamento das lideranças presentes no curso foi excelente, a animação é grande, pode esperar grandes resultados do Projeto Territórios Criativos naquela comunidade”, afiançou.

 

Futuro

Outro canal importantíssimo que está sendo criado é o site a ser lançado na última etapa do projeto Territórios Criativos indígenas, durante o evento ‘Aldeia de Vivências’, previsto para o próximo mês de dezembro,em Cuiabá, que contará com a presença dos indígenas das quatro etnias envolvidas no projeto: Bakairi, Umutina, Xavante e Chiquitano. Os produtos poderão ser encontrados no mês de setembro durante o evento Primavera dos Museus em alguns Museus parceiros em Cuiabá, como o Museu Histórico e de Arte Sacra, que mantém uma loja em seu interior. 

 

O Projeto, iniciado em 2014, desenvolve atividades de pesquisa e capacitação junto a quatro comunidades indígenas de Mato Grosso, com o intuito de projetar estratégias de sustentabilidade e geração de renda geridas pelas próprias comunidades.  A coordenação geral do projeto é da professora doutora do NEC/UFMT, Ludmila Brandão e da professora doutora Naine Terena de Jesus, com financiamento do Ministério da Cultura e realização da UFMT.

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