O cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Correia Junior, disse em seu em seu depoimento aos delegados Ana Cristina Feldner e Flávio Henrique Stringueta, que destruiu todos os HDs que armazenavam os áudios do "Sistema Sentinela", responsável pelas interceptações telefônica clandestina em Mato Grosso.
A declaração foi dada na manhã de segunta-feira (16), quando Gerson prestou depoimento por mais de uma hora. Acompanhado de seus advogados, Neyman Monteiro e Thiago Abreu, o militar resolveu falar tudo o que sabe do "Escândalo dos Grampos".
"Ele prestou depoimento, sim, e disse apenas o que ele sabia e sabe sobre o caso dos grampos. Não existe delação, colaboração. Apenas prestou depoimento. Agora, sobre o teor eu não posso falar, porque o processo está em segredo de justiça", disse Neyman.
A reportagem apurou que além de informar sobre a destruição das placas Wytron que compõem o "Sistema Sentinela", Gerson também explicou a participação de cada investigado no esquema de arapongagem, entre eles o nome do ex-secretário chefe da Casa Civil, Paulo Taques, tido com um dos líderes do esquema de escutas telefônicas ilegais.
O depoimento de Gerson ocorreu no Complexo Miranda Reis da Polícia Civil e antes da notificação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao desembargador Orlando Perri, já que o ministro Mauro Campbell solicitou que todos os processos de investigação dos grampos telefônicos fossem remetidos ao STJ.
O cabo Gerson está preso desde o dia 23 de maio, quando na ocasião, o ex-comandante da Policia Militar, Zaqueu Barbosa, também foi preso.
SENTINELA - O sistema Sentinela foi implantado de forma clandestina por um grupo de policiais para "vasculhar a intimidade de pessoas, utilizando como subterfúgio investigação de alvos criminosos", segundo apontam as investigações. O sistema de arapongagem contava com um manual de instrução e a implantação dele foi coordenada pelo cabo Euclides Torezan, que chegou a ser preso, mas foi liberado por estar colaborando com as investigações.
Para ter acesso ao sistema clandestino, cada policial envolvido no esquema de arapongagem contava com um login e senha, que eram enviados pela internet. O Sentinela, inclusive, podia ser operado online, o que chegou a gerar preocupação em um dos técnicos que participavam do esquema.
Do inquérito, consta que o sistema funcionava paralelamente aos dois sistemas oficiais de monitoramento telefônico existentes no estado: o 'Sombra', operado pela Polícia Federal, e o 'Guardião', utilizado pela Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE).
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