A grande ameaça à reprodução de peixes nos rios de Mato Grosso é o excesso de usinas hidrelétricas, autorizadas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).
A opinião é do deputado estadual Wilson Santos (PSDB), membro da Comissão Especial montada para debater o projeto de lei do Governo do Estado, que pretende proibir a comercialização, o armazenamento e o transporte de peixe pescado nos rios do Estado, pelo período de cinco anos.
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Wilson: "Falta assessoria técnica sobre o assunto ao governador"
Wilson disparou críticas à Sema que, segundo ele, tem feito uma assessoria técnica ineficiente ao governador Mauro Mendes (DEM), quando deixa de considerar riscos e consequências graves ao meio ambiente, como a permissão de construção de usinas hidrelétricas em determinadas regiões.
“Aqui em Mato Grosso, a Sema tem pedidos para construir seis hidrelétricas entre o Manso e Várzea Grande. Vai destruir tudo. As minhas primeiras impressões são de que o governador não está sendo bem assessorado, não tem as informações corretas e devidas”, enfatizou Wilson, avisando que vai propor um substitutivo, em parceria com outros parlamentares, “para salvarmos os peixes e os rios, de maneira científica e racional”.
Outra crítica do tucano à gestão ambiental do atual Governo de Mato Grosso, diz respeito ao que ele chama de “desobediência” às recomendações feitas pela Agência Nacional da Água (Ana), no sentido de que o Estado não autorize construção de usinas hidrelétricas ao longo da Bacia do Alto Paraguai.
“Agora em maio, já na gestão do governador Mauro Mendes, o Conselho Estadual de Recursos Hídricos reuniu-se e reprovou a recomendação do principal órgão público de água do país, que é a ANA”, salientou Wilson, apontando que desse Conselho constam vários representantes do Governo de Mato Grosso, mas que não sabe ainda, como votaram os membros do governo quando houve a reprovação quanto à recomendação da ANA. “Estou pedindo a ata para saber. Sobre a Sema pairam muitas dúvidas”, reforçou.
Wilson esteve nos últimos dias em Campo Grande (MS) onde conheceu detalhes da política adotada pelo Estado vizinho quanto ao controle da população de peixes nos rios sul-mato-grossenses.
A população ribeirinha, que vive direta ou indiretamente da pesca, passa atualmente por grandes dificuldades, já que, por meio de Decreto, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul aplicou a mesma lei que Mauro Mendes pretende aplicar em Mato Grosso. Detalhe: Mato Grosso do Sul é governado por Reinaldo Azambuja, que é do mesmo partido de Wilson Santos, o PSDB.
O OUTRO LADO
Sobre as críticas de Wilson em torno das permissões para construção de hidrelétricas, o líder do Governo na Assembleia, Dilmar Dal Bosco (DEM), lembrou que Mato Grosso proporciona riquezas naturais por conta dos rios. " Mas temos que lembrar que o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, nos anos 2000, enfrentou um grande apagão nacional, justamente pelo não investimento em geração de energia elétrica”.
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Líder: Estudos e autorizações estariam parados, "as que tem são do governo anterior"
Dal Bosco concorda que a energia solar tem surgido como forte alternativa de geração de energia dentro do Estado, mas que as pequenas centrais hidrelétricas têm sido o principal caminho para enfrentar essa demanda.
“Um dos fatores causadores da mortandade e diminuição dos peixes, podem até ser essas PCHs, mas temos outros fatores também, como um número altíssimo de jacarés no Pantanal, temos o esgoto que em vários municípios cai dentro dos rios, temos a pesca predatória, onde não há uma grande fiscalização”, argumentou Dilmar, em entrevista ao HNT/HiperNotícias.
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