Na avaliação da vice-presidente da Assembleia Legislativa, Janaina Riva (MDB), a greve dos profissionais da Educação, que durou 75 dias em Mato Grosso, teve cunho político. De acordo com ela, nos próximos meses ocorrerá a eleição para a presidência do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep).
Por conta disso, o movimento dos profissionais começou dividido e no decorrer da paralisação, a divisão entre a própria classe teria ficado cada vez maior.
“Tinha muito mais coisa envolvida, isso eu ouvi dos próprios profissionais da educação. Tinha de tudo ali dentro, estava rachado. A greve começou rachada e eu acho que piorou depois, no decorrer da greve por conta de alguns, na verdade a maioria, que ficaram sem receber salário, confiando que o melhor encaminhamento era aquele”, disse Janaina, durante entrevista à rádio Vila Real, nesta terça-feira (13).
Os professores entraram em greve dia 27 de maio, e o movimento foi o mais longo da história de Mato Grosso. Entretanto, para a vice-presidente da Casa de Leis, nessa “guerra”, não houve nenhum vencedor.
“Os dois perderam. O desgaste político com a classe dos profissionais de Educação, que é a maior do estado, todos sabem, isso é irrecuperável”, avaliou.
“Com relação aos profissionais de Educação, também perderam. Porque começaram com uma pauta, mas alguns professores diziam que tinha uma questão interna do Sintep, pois a eleição da presidência do sindicato está próxima. E isso tudo acabou sendo usado durante as discussões, então por isso que alguns professores passaram não mais acompanhar o movimento”, completou.
MÁGOAS
"A estrutura escolar que a gente tem hoje, dentro de Mato Grosso são horríveis. As escolas estão caindo aos pedaços, a grande maioria".
Ainda na avaliação de Janaína Riva, os professores saíram muito magoados com a postura do governador Mauro Mendes (DEM). Mesmo sendo base de apoio da gestão, a deputada criticou o comportamento do chefe do Executivo.
“Por várias vezes eu conversei com o governador Mauro Mendes sobre isso, sobre a postura de se falar, para ele tomar cuidado para não magoar os educadores com as palavras [...] Por exemplo, usar aquela comparação de salário e qualidade de ensino não foi um acerto. Até porque, como você vai comparar com outros estados, a estrutura escolar que a gente tem hoje, dentro de Mato Grosso. Nossas escolas são horríveis, estão caindo aos pedaços, a grande maioria”, considerou.
GREVE HISTÓRICA
A maior greve da história na Educação de Mato Grosso chegou ao fim, na última sexta-feira (09), e o retorno das aulas ocorre nesta quarta-feira (14).
Em entrevista ao HNT/Hipernotícias, o secretário de redes municipais do Sintep, Henrique Lopes, afirmou que, no início, os servidores possuíam uma lista de 16 reivindicações. Contudo, para que os efeitos da greve se tornassem efetivos, a categoria “enxugou” as demandas para três requerimentos.
As reivindicações são: o cumprimento da Lei 510/2013, que dá direito à dobra do poder de compra; o chamamento de aprovados em concursos para a Educação e, por fim, a criação de um calendário para recuperação e escolas em “situação crítica”.
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