A insegurança é o sentimento constante de quem trabalha em torno da Praça Rachid Jaudy ou precisa passar pelo local para realizar suas atividades diárias. Situada na Avenida Isaac Póvoas, uma das mais movimentadas de Cuiabá, a praça que abriga o Centro de Atendimento ao Turista (CAT) é dominada por usuários de entorpecentes e moradores de rua.
Revitalizada em 2006, com a estrutura do CAT para atender os visitantes da Capital e aqueles que vão para cidades vizinhas, os dois andares do local são ocupados por cadeiras amontoadas. A mesa de reuniões é suporte para aparelhos de ar condicionados amarelados pela idade. As paredes contam com cartazes desbotados que denunciam o tempo em que não são trocados.
A piscina, que adorna a Praça, é criadouro de mosquitos. A água escura que preenche o local elaborado para embelezar o espaço, causa o efeito contrario e revela a falta de manutenção da área que deveria ser de lazer e descanso para a população que passa pela região central da cidade.
Um trabalhador que varria a calçada disse que comprou cloro e jogou na água parada, na tentativa de inibir a proliferação de mosquitos. Ele afirma que trabalha na região há meses e nunca viu o CAT aberto ao público.
A rampa de acesso ao andar superior do Centro é utilizado por um engenhoso morador de rua. Ele reuniu tapetes e cobertores construiu uma parede no corrimão da rampa, afim de se proteger do vento frio que sopra sobre Cuiabá nos últimos dias. A cama é feita por trapos, cobertores e outros materiais que encontrou para amenizar a dureza do chão metálico.
Enquanto a reportagem do HiperNotícias esteve no local, a “casa” estava sem seu morador. Porém, a mochila, o ursinho de pelúcia, e panelas com restos de comida são vestígios da moradia no local.
Um taxista que trabalha em um ponto na lateral da Praça relatou que o homem mora no local há alguns meses. Que o espaço era reduto de pessoas em situação de rua, mas que eles migraram para outra praça depois que dois mendigos brigaram e um matou o outro.
Mais abaixo, na Praça, uma churrasqueira improvisada, panelas e uma garrafa de café comprovam o uso do espaço como abrigo.
“Aqui não tem hora. Rola de tudo. Droga, sexo, assalto. A polícia as vezes vem ai e dá uns tiros, mas nada muda. Agora até que está tranquilo, porque muitos moradores de rua foram para outros locais”, disse um vendedor de salgados que mantém barraca na citada avenida e que não quis se identificar.
Conforme os comerciantes, o policiamento no local é escasso. Mas quando é acionada a polícia vai até o local.
Por volta das 16 horas, enquanto a equipa do Hipernotícias realizava a matéria, pessoas estavam reunidas nos bancos da Praça consumindo entorpecentes.
A prefeitura de Cuiabá foi procurada e informou que, desde 2016, a manutenção do CAT e da Praça estão sob a responsabilidade da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav–MT).
O representante da Abav, Joari Proença, disse que o Centro de Atendimento está funcionando normalmente. O atendimento ao público é das 9h às 17h. Ele explicou que, no dia em que a reportagem esteve no local, a secretária que atende ao público estava ausente por motivos pessoas e, por isso, o local estava fechado.
Ressalta, ainda, que somente a parte debaixo é utilizada e que já acionou a Secretaria Municipal de Assistência Social para atender as pessoas em situação de rua que estão no local, mas que os itinerantes insistem em permanecer no espaço.
Sobre a piscina, Joari disse que foi limpa há três meses e que passará por limpeza nos próximos dias, pois o servidor responsável pelo trabalho sofreu acidente e está de licença.
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