O ex-presidente da Unimed Cuiabá, Rubens Carlos de Oliveira Júnior, acusou a atual gestão da cooperativa de omitir documentos para mais de 100 médicos cooperados que buscam respostas sobre a auditoria que identificou o suposto rombo milionário nas contas da empresa. Atualmente, o médico está atuando em Goiás, sob a alegação de que teve seu nome descredibilizado na Capital pela atual gestão da Unimed.
“A Unimed tem um orçamento gigantesco, o quinto maior do Estado. A Unimed tem o poder da mídia. Eu nunca tive a oportunidade de falar”, lamentou.
Além do acesso aos documentos, o ex-gestor insiste na realização de uma nova perícia. Rubens recorre judicialmente para realizar o procedimento. A Justiça, contudo, orçou o pedido em R$ 1 milhão.
“Nosso objetivo é mostrar o que aconteceu. Não temos dúvida nenhuma de que esse balanço precisa ser revisto. Infelizmente, a Justiça não teve essa sensibilidade. Queremos fazer a perícia, mas queremos um valor justo”, afirmou.
Em entrevista especial ao HNT TV, que vai ao ar completa na sexta-feira (10) no canal do Youtube, Rubens também fez declarações fortes sobre os impactos do que classificou como “perseguição”. Com as contas bloqueadas e na mira do “ódio” de parte da comunidade médica, como disse, Rubens precisou deixar a capital mato-grossense.
“Minha família está em Cuiabá desde 1975. Eu precisei sair porque preciso sustentá-los. Meu laboratório foi descredenciado, meus parceiros sofreram pressão, perdi 80% dos meus clientes. É nesse sentido que falo: meu CPF foi cancelado”, relatou.
OUTRO LADO
A Unimed Cuiabá se manifestou por meio de nota. Leia na íntegra:
NOTA AO HIPERNOTÍCIAS
A Unimed Cuiabá rechaça as alegações do médico Rubens Carlos de Oliveira Júnior feitas em entrevista ao site Hipernotícias nesta segunda-feira (06.05) e destaca o seguinte:
- É impossível refutar o desequilíbrio financeiro - de R$ 400 milhões - deixado pela gestão de Rubens Carlos de Oliveira Júnior e sua diretoria. O fato foi constatado pela PP&C Auditores Independentes, contratada pela atual diretoria da Unimed Cuiabá, que contrapôs o balanço apresentado pela gestão anterior, no qual apresentava resultado positivo de R$ 371 mil e que foi reprovado em Assembleia Geral Ordinária da Cooperativa;
- De posse desse novo material contábil, os cooperados da Unimed Cuiabá, reunidos em Assembléia Geral, aprovaram o novo balanço apresentado pela atual Diretoria, consumando os números apresentados;
- O desequilíbrio financeiro à época em que a atual diretoria assumiu (março de 2023) era um fato, tanto é que a Unimed Cuiabá está sob direção fiscal pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) desde setembro de 2023, mesmo tendo tomado duras medidas em um plano de ação que precisou ratear R$ 150 milhões entre os médicos cooperados, além de basear outras medidas emergenciais para buscar a recuperação da Unimed Cuiabá;
- A Ação de Produção Antecipada de Provas, que Rubens e demais médicos da ex-diretoria ajuizaram para pedir uma nova auditoria, foi extinta pelo juízo da 7ª Vara Cível de Cuiabá em março de 2024, pois faltaram elementos para a continuidade do processo, entre os quais a não observação do pagamento dos honorários periciais;
- Ainda, a respeito do valor dos honorários periciais de R$ 995 mil, cabe à Unimed Cuiabá fazer um cronograma dos fatos. Em 14 de janeiro de 2024, os autores postularam a concessão da gratuidade da justiça, aduzindo “a insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios”. No entanto, em 16 de fevereiro de 2024, sobreveio sentença que, além de indeferir o pedido de gratuidade da justiça, julgou extinto o processo sem resolução de mérito em vista do decurso do prazo para comprovação do depósito dos honorários periciais, nos termos do artigo 485, VI do CPC;
- Quanto a suposta omissão de documentos por parte da Unimed Cuiabá para mais de 100 médicos cooperados, a Cooperativa esclarece que desconhece qualquer solicitação realizada por estes supostos 100 profissionais citados por Rubens Carlos de Oliveira Júnior.
Por fim, a Unimed Cuiabá repudia todas as inverdades que estão sendo divulgadas pelo médico Rubens de Oliveira. Os fatos elencados acima estão todos noticiados às Autoridades competentes tais como o Ministério Público Estadual e Federal e, dentro da esfera judiciária, todas as medidas estão sendo tomadas para buscar responsabilizar aqueles que promoveram a situação temerária em que foi deixada a Cooperativa Médica.
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