O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, determinou o envio de tropas da Força Nacional de Segurança Pública (FNS) para auxiliar na proteção dos indígenas isolados Kawahiva e Piripkura, cujos territórios estão localizadas no extremo norte de Mato Grosso. Medida foi publicada no Diário Oficial da União da última quinta-feira (10).
Portaria estabelece que os agentes da FNS ficarão em território mato-grossense pelo período de 90 dias, até 10 de maio de 2022. As tropas prestarão apoio à Fundação Nacional do Índio (Funai) na preservação da integridade física e patrimonial dos dois povos. Ainda determina que a Funai deve fornecer a infraestrutura necessária à atuação da Força Nacional.
Atualmente, restam apenas três representantes do povo Piripkura, dois homens e uma mulher, segundo o Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (OPI). A população escassa, sob risco iminente de extinção, é resulto do massacre sofrido pelos povos da região entre as décadas de 1960 e 1980, durante a ocupação do noroeste mato-grossense.
Somente em 2008, os Piripkura tiveram suas terras demarcadas, em um total de 242.500 hectares -- sendo que cada hectare corresponde a, aproximadamente, um campo de futebol. A demarcação, contudo, não cessou os conflitos na região. A pressão constante de madeireiros e outras atividades pela diminuição da área dedicada à terra indígena enseja atuação frequente da FNS no local.
Em novembro de 2021, agentes da Força Nacional chegaram a prestar auxílio na Terra Indígena Kawahiva do Rio Pardo, localizada na mesma região dos Piripkura, por um mês. O período da operação, contudo, foi considerado insuficiente pelos órgãos de proteção aos indígenas para conter o avanço da grilagem e do desmatamento. Aproximadamente 830 hectares do território indígena foram devastados no último ano, segundo dados do Instituto Socioambiental.
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