O promotor de Justiça Mauro Zaque de Jesus, já adiantou que não se colocará como suspeito em investigações que tenham como alvo os secretários do governo do Estado. O pedido de suspeição partiu do próprio governador Pedro Taques (PSDB) no início do mês.
Alan Cosme/HiperNoticias
O promotor de Justiça Mauro Zaque adianta que não se considera suspeito em investigar membros do governo do Estado
"Esse pedido não tem amparo jurídico nenhum. E também não me sinto suspeito para investigar qualquer denúncia e em qualquer órgão", disse Mauro Zaque nesta segun-feira (25).
Zaque que ainda está de férias, deve retornar ao trabalho ainda esta semana. Ele já adiantou que irá apresentar a sua manifestação ao procurador de Justiça Paulo Prado nos próximos dias. "Eu estava de férias. Voltando serei notificado e vou preparar a minha defesa para entregar ao procurador que ficou com o pedido", explicou.
Paulo Prado disse estar aguardando a resposta para analisar o caso. Segundo Prado, ele irá se amparar em casos nacionais para fazer o seu parecer.
"Se o promotor Mauro Zaque achar que é suspeito. O assunto se encerra e as investigações que envolvam membros do governo do Estado deverá ser encaminhado para outros promotores", disse.
"Agora se ele não se considerar suspeito, eu vou analisar a manifestação dele e vou me amparar de acordo com o Conselho Nacional dos Ministérios Públicos (CNMP), que deve ter já julgado casos semelhantes. Depois disso encaminharei para o Conselho Superior do Ministério Público de Mato Grosso que possui 11 membros e que deverão decidir sobre o caso", expliou Prado.
No pedido assinado por Taques no dia 1º de setembro, o chefe do Executivo estadual ressaltou que Zaque foi secretário em sua gestão e que, quando deixou o cargo, em março de 2016, por uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), não se negou a demonstrar descontentamento quanto ao governador e o secretariado.
Relata ainda que, como Zaque já ocupou o referido cargo, pode haver dúvidas quanto ao encaminhamento de suas investigações sendo “favorável ou contrária a determinado sujeito político -, por maior razão se deve reconhecer que, no presente caso, paira sobre o excelentíssimo promotor de justiça Mauro Zaque de Jesus impedimento de ordem constitucional, de natureza absoluta”, diz trecho do documento.
No requerimento, Taques ainda pontua que, em situação anterior, o próprio promotor se disse desconfortável para investigar irregularidades
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O governador Pedro Taques (PSDB) quer impedir que Mauro Zaque investigue qualquer membro do seu governo
quanto a empresa Consignum, que prestava serviços para o Estado e que é investigada na Operação Sodoma, por participar de esquema de desvio de recurso na gestão de Silval Barbosa.
Taques ainda problematiza a situação atual de Zaque que denunciou o esquema de grampos e está a frente de alguns inquéritos que apura a conduta de policiais acusados de envolvimento no escândalo. [...] subitamente, o promotor exceto passou a se "sentir confortável" em investigar atos do atual governo, embora ainda permaneça a causa objetiva de impedimento”, ressalta.
“Para além do evidente impedimento acima mencionado, é pública e notória a animosidade recentemente nutrida e demonstrada pelo Excelentíssimo Promotor de Justiça Mauro Zaque de Jesus em relação ao requerente, que se revela por intermédio de atos diretos ou indiretos e repercute em sua equipe de governo”, diz outro trecho.
O escândalo dos grampos foi responsável por levar à prisão os coronéis Evandro Ferraz Lesco, Ronelson Jorge de Barros, do e o cabo da PM, Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior. Também promoveu a saída do secretário Paulo Taques da Casa Civil para atuar na defesa dos acusados no caso.
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